Sobre mim

"Sou Bacharel em Ciências Moleculares, e Doutorando em Física. Jogador inveterado de RPG e video-game. Terceiro-mestre na arte de pentelhar, e build full int/cha."


-----sexta-feira, setembro 13, 2002 | 0


Sonho e pesadelo.

Tento dormir.
Não consigo.
Aquele pensamento,
sonho e pesadelo,
sempre volta.
Não tenho saída,
estou numa cela.
Algemas me prendem.
Escuto sussurros.
É a tua voz.

Gargalhadas histéricas;
quando falo que te amo, silencia-me,
e volta a rir.
Zomba de mim,
de meus poemas,
de meus sentimentos.
Tudo é motivo para brincadeira.
Enfureço-me, já que sinto
que estou sendo enganado.

Não pode ser,
tu não farias isso.
Arrebento as algemas,
pego-te em meus braços,
aperto-te firme.
Escuto um último suspiro.
Desculpe-me. Estás morta,
em minhas mãos sujas de sangue.
Enlouqueço, como pude fazer isso?
E, com as mesmas mãos, sijas de sangue,
tiro-me a vida.
Caio, inerte, ao teu lado.

Não quero mais esse pesadelo.
Não quero mais a rejeição.
Quero a vida, o amor.
Ter um sonho d'um vasto campo,
lindas flores, sem espinhos,
e só nós dois.
De mãos dadas, entalhando numa velha árvore
o nosso romance.

Beijos dados como toques do vento;
uma coroa de flores de diversas cores;
um sol que só realça teu brilho;
sua pele, clara como o leite;
teus cabelos, doces como o mel;
e teus olhos, como posso descrevê-los?
Não há outra palavra senão perfeitos,
assim como este sonho,
que espero um dia realizar.

-----sexta-feira, setembro 13, 2002 | 0


O Porquê da minha vida.

É somente para te ver
que eu acordo todo dia.
Presenciar este anjo é meu dever,
e um prazer estar em tua compania.

Apenas para sentir teu perfume,
escutar tua voz melodiosa,
ver tua beleza grandiosa
e ofuscar-me com o brilho dos olhos de lume,
que vivo e sobrevivo,
acordo e sonho,
durmo e deliro,
e seguro-me a este mudo enfadonho.

Tu és o motivo da minha vida;
meu 'carpe diem', minha querida.
Em tuas mãos está minha existência,
do fim do tunel és a luminescência.

Tu és tudo.
Sem ti, ficaria surdo, mudo, cego, louco.
Morto.
Não posso viver sem ti.

-----sexta-feira, setembro 13, 2002 | 0


Agora eu volto para a sequência normal

-----quinta-feira, setembro 12, 2002 | 0


Luz de alguém

Mais bela que nunca
está você, a brilhar
sol a nascer,
lua cheia a brilhar.

Uma estrela solitária;
uma flor no deserto
bela e delicada
com espinhos por perto.

Tão dificil pegá-la,
muitas vezes já tentei
e por vezes me cansei.
Porém, vê-la revigora-me,
e mais uma vez tentarei.

Que movimentos sutis,
sensíveis e perfeitas formas,
e foge de todas as normas
do possível imaginário do belo.

Me deleitei
ao sua mão segurar,
por um instante,
na brincadeira de pegar.

Que mão leve! Como pluma!
A qual em música serena
conseguirei tocar.

Uma cachoeira
no meu caminho é.
Tão bela de ser,
impossível transpor
sem perceber,
sem se molhar,
sem esquecer.

Porém, ao contrário da cachoeira, sol e mar,
lua, flor, pluma, ar,
você tem coração,
capaz de receber amor
que lhe envio todo dia;
de sentir o valor
do que agente cria.

Timidez, uma barreira a transpor
me trazendo a solidão.
Chega de tanto louvar
quem me faz andar,
e consiga coragem
para um dia, quem sabe,
me declarar.

-----quinta-feira, setembro 12, 2002 | 0


Não insista que não tem
uma tão bela atração
no circo da emoção
é um louco vai-e-vem.

Mas como pode alguém
de tão bom coração
torturar com simples não
o coração de outrem?

É a paixão, é a dor
sofrimento e amor
de quem ama realmente.

Vivo num mundo sem cor,
sem luz, sem som, sem sabor,
sozinho, constantemente.

-----quinta-feira, setembro 12, 2002 | 0


Ops, devido as provas fiquei um tempinho sem colocar poesias...
Mas para compensar aí vão duas poesias das antigas, do outro colégio ainda, que eu achei aqui...

-----segunda-feira, setembro 09, 2002 | 0


Escuta meu fado

Óh, mais bela ninfa do Éden,
com quem quero que meus anos passem,
com que honra admiro tua beleza,
trato-te melhor que a realeza.

Óh, lírio dos campos verdejantes,
serves de inspiração aos nobres viajantes
que, mesmo rasgados e cortados por espinhos,
continuam a seguir da vida seus caminhos.

Óh, donzela, escuta meu fado.
Desprezaria tudo para viver contigo,
desprezaria a vida para estar ao teu lado.
Mas, por mais que eu tente, não consigo.
Declarar-me como, se estou amarrado?
Porque o destino é tão cruel comigo?

Porque tenho eu que permanecer sozinho, calado?

-----segunda-feira, setembro 09, 2002 | 0


Uma rosa

Darei-te uma rosa,
plantada com minhas próprias mãos.
Enraizada no fundo de meu peito.
Regada com as lágrimas que chorei de solidão.
Alimentada com minha vida.

Sua seiva é meu sangue.
Seus espinhos são minha dor.
Suas pétalas, lembranças de tua beleza.

A mais bela e cortante rosa,
cujos espinhos só machucam quem a plantou.

Darei-te essa rosa,
como símbolo do que estou sentindo.
Cuida bem dela, não estou mentindo.

Sua semente?
O amor que sinto por ti.

-----sábado, setembro 07, 2002 | 0


Nunca amei tanto antes

Louco, insisto a admirar-te, observo-te todo detalhe.
Cego, insisto a procurar defeitos, mas só acho a perfeição.
Perplexo, só vejo brilho em teu belo sorriso.
Ofuscado, mesmo depois de tanto admirar-te, perco-me em teus olhos de mel.
Alucinado, escuto tua voz como a uma sinfonia.
Surdo, suspiro a cada palavra, tua simpatia é suprema.
Mudo, deslizo nas ondas de seus cachos.
Petrificado, acaricio tuas delicadas mãos com meus olhos.
Apaixonado, amo-te como nunca amara antes.
Tímido, coragem não crio nem acho.
Fraco, não quebro essas algemas.
Solitário, sofro por não estar ao teu lado.

Eu, amando e sofrendo como nunca antes.

-----sábado, setembro 07, 2002 | 0


Meu universo.

Uma lágrima escorreu
quando em ti pensei.
Um pedaço de mim morreu,
quando me distanciei;
um pedaço que renasceu,
quando me lembrei.

Como és linda!
Tua beleza não finda!
Parece o sol ao nascer
ou ao entardecer.
Bela como a Lua, ao escurecer,
que quando cheia fará um amor nascer
e outro se romper.

Uma estrela no céu!
Ah, que olhos de mel!
Lá, cheia de amor.
Eu, aqui, cheio de dor.
Sem nunca sentir seu sabor,
sendo ofuscado por teu fulgor.

Sou planetinha
de tua constelação.
És o centro de meu universo,
e só com tua iluminação
poderei cultivar a vida,
ainda que solitária e sofrida,
no seio de minha nação.

-----sexta-feira, setembro 06, 2002 | 0


Terra nova

Ó bela;
de doce tenra pele alva,
que guiada por vela
ou pela estrela d'Alva
chegaste em tão desconhecida abruptela,
que nunca por fera ou relva
fora descoberta;
Chegaste ao reino do meu peito.

Num barco
chegaste aem meu mar,
com teu sorriso brilhante
ancoraste na praia;
eu, d'um mirante,
observava tua chegada.

Como o Brasil, terra desventurada,
pela recém-chegada tive terra colonizada.
Escravo me tornei
e a ti sempre seguirei.

Depois daquele dia
tuo mudou;
tristeza e alegria,
meu mundo parou.

Vivo em tua função,
és minha rainha, deusa, salvação.
Então não me abandones,
cultiva esta terra com animação,
e não terás insatisfação.

-----sexta-feira, setembro 06, 2002 | 0


Mártir

Olho pela janela.
Vejo a chuva cair,
o avião passar,
as folhas com o vento balançar.

-Ó pobre mártir,
qual a causa de sua dor?
Não percebe a vida ali fora?
O pássaro a piar,
o pernilongo a zunir,
a chuva a cair,
o avião a passar?

-Pedes que cesse a minha dor,
mostrando-me a vida de uma flor,
a queda da chuva e o vôo de um avião.
Mas de que me importa isso
se não tenho vida interior?
Falta-me coração,
falta-me amor.
Como não chorar por solidão?

-----quinta-feira, setembro 05, 2002 | 0


Vivendo e aprendendo

Como posso saber
que sensação é esta que me aflige
se de sensações nada posso decifrar?

Como posso entender
o quão alto se atinge
num vôo de amor sem asas para me guiar?

Como posso escrever
sobre ninfas e esfinge
se minha imaginação está toda empenhada num sonho criar?

Como posso viver
com essa sensação
de nada saber
sem ter outra noção
além de meu próprio escrever?

Como posso aprender
sobre os sentimentos,
sobre o amor,
a curar meus ferimentos,
e a reparar minha dor
se nunca vivi momentos
de tristeza ou louvor?

Sobre isso não há livro nem guia,
mas mesmo se houvesse, não quer-lo-ia,
apenas o que todos já sabem eu aprenderia,
nada de novo criaria.

Mas sozinho não se aprende lição
que esteja ligada ao coração.

Você pode me ajudar, por favor?
Em troca, garanto-lhe,
darei-lhe todo meu amor.

-----quinta-feira, setembro 05, 2002 | 0


Inexperiência

Como posso escrever sobre a vida,
se nada vivi?
Como posso escrever sobre o amor,
se ainda não o senti?

Tento escrever com a imaginação.
Tento, em vão,
alcançar a perfeição,
ao te-la como inspiração.
Mas, sem saber o caminho
do seu coração
só posso fazer algo bonitinho,
mas que não passa emoção.

Apenas quando eu souber o número
de estrelas no céu,
quando tver tempo para contar
as gotas d'água numa chuva
e a sabedoria para adivinhar
o número de grãos de areia numa praia
será belo o poema dessas mãos.

-----quarta-feira, setembro 04, 2002 | 0


Lembranças e delírios.

A noite,
escuridão,
solidão.

Nenhum som,
nenhum movimento,
só lembranças de ti.

Vagos delírios,
já que só lembro-me
do que nunca aconteceu.
Lembro-me apenas
da tua companhia,
de teu cheiro,
de tua pele.
Vagos delírios,
já que nada disso
aconteceu.

Vejo-te de olhos fechados.
Escuto-te de ouvidos tampados.

Nenhum som,
nenhum movimento.
Só lembranças de ti.

A noite,
escuridão,
solidão.

E eu só tenho
lembranças que não valem,
delírios que não valem.
O que aconteceu é pouco,
o que deliro é demais.
Mas só delirando
que posso ficar ao teu lado.

-----quarta-feira, setembro 04, 2002 | 0


Tudo como sempre.

Eu, aqui,
como sempre.
Sozinho,
como sempre.
Tão longe de ti,
como sempre.
Sofrendo,
como sempre.
Sufocando as lagrimas,
como sempre.
Sufocado em lágrimas,
como sempre.
Como sempre,
tu igual.
Tu aí,
eu aqui,
distantes,
como sempre.
Sozinho,
como sempre.
Sozinho.

-----terça-feira, setembro 03, 2002 | 0


Para o poeta e para o astronauta.

O céu.
O tudo e o nada.
O infinito e o fim.
A lógica e a fantasia.
O caminho e o desconhecido.
A inspiração e a expiração.
O estudo e a observação.
Um sonho.
Um alvo.
Um destino.
Um combustível.
Para o poeta e para o astronauta.

-----terça-feira, setembro 03, 2002 | 0


Eu ou eles?

Sou eu
quem está errado,
ou é o mundo
que está pirado?

Fazem guerras
lá ao longe
enquanto eu
como um monge
fico isolado?

Matam gente,
gente sa mata,
enquanto eu,
como um pirata,
fico aprisionado?

Trabalham e morrem,
ou vivem de roubar,
enquanto eu,
como um pomar,
fico enraizado?

Saem e brincam,
se divertem
todos juntos.
E eu?
E eu?
É o mundo
que está pirado
ou sou eu
que estou
no mundo errado?

-----segunda-feira, setembro 02, 2002 | 0


Irreal sempre será

Quando chega a noite,
e estou escrevendo
mesmo sabendo
que não vou lhe dar.

Não terei coragem
de lhe entregar,
mais que miragem
não irá se tornar.

E vou sonhando,
vou delirando
já que sei,
irreal sempre será...

E vou vivendo,
vou aprendendo
que mesmo a dor
posso ignorar.

Se com você
todo dia
posso sorrir
e ter alegria.

E vou sonhando,
vou delirando
já que sei,
irreal sempre será...
irreal sempre será...
irreal sempre será...

-----segunda-feira, setembro 02, 2002 | 0


Asas cortadas

Num instante, num relance,
sinto teus dedos entre os meus.
Acaricio tua delicada mão,
beijo-a, que pele doce.
Junto a ti, braços apertados,
giro, rodopio, flutuo, sorrio,
sobre as nuvens bailamos e dançamos.
Teu rosto procura apoio, carinho,
encosta-se em meu peito,
entrelaças-te em mim.

E, num golpe seco, cortas minhas asas,
que tu mesma me deste.

Como num abismo, caio, infinito.
As nuvens sumiram.
Teu rosto, tua face,
ao fundo, gargalha, rí.
Mas, assim, não paro de te amar.
Não consigo te esquecer,
mesmo me fazendo sofrer.

Isso porque
sem ti, nunca teria tido asas.
Sem ti, nunca teria sonhado.
Sem ti, nunca teria dançado.
Sem ti, não estaria caindo.
Sem ti, não estaria sofrendo.
Sem ti, isso não seria assim.
Sem isso, não te amaria cada vez mais.

-----segunda-feira, setembro 02, 2002 | 0


Pronto, mais algumas poesias!