-----sexta-feira, setembro 13, 2002 | 0
Sonho e pesadelo.
Tento dormir.
Não consigo.
Aquele pensamento,
sonho e pesadelo,
sempre volta.
Não tenho saída,
estou numa cela.
Algemas me prendem.
Escuto sussurros.
É a tua voz.
Gargalhadas histéricas;
quando falo que te amo, silencia-me,
e volta a rir.
Zomba de mim,
de meus poemas,
de meus sentimentos.
Tudo é motivo para brincadeira.
Enfureço-me, já que sinto
que estou sendo enganado.
Não pode ser,
tu não farias isso.
Arrebento as algemas,
pego-te em meus braços,
aperto-te firme.
Escuto um último suspiro.
Desculpe-me. Estás morta,
em minhas mãos sujas de sangue.
Enlouqueço, como pude fazer isso?
E, com as mesmas mãos, sijas de sangue,
tiro-me a vida.
Caio, inerte, ao teu lado.
Não quero mais esse pesadelo.
Não quero mais a rejeição.
Quero a vida, o amor.
Ter um sonho d'um vasto campo,
lindas flores, sem espinhos,
e só nós dois.
De mãos dadas, entalhando numa velha árvore
o nosso romance.
Beijos dados como toques do vento;
uma coroa de flores de diversas cores;
um sol que só realça teu brilho;
sua pele, clara como o leite;
teus cabelos, doces como o mel;
e teus olhos, como posso descrevê-los?
Não há outra palavra senão perfeitos,
assim como este sonho,
que espero um dia realizar.