-----quarta-feira, agosto 28, 2002 | 0
Ops, com esse colégio pouco cansativo eu não tive tempo para digitar mais poesias... Estaremos sem atualizações até eu digitar mais... Espero que isso não demore...
"Sou Bacharel em Ciências Moleculares, e Doutorando em Física. Jogador inveterado de RPG e video-game. Terceiro-mestre na arte de pentelhar, e build full int/cha."
Essa foi feita para um trabalho de biologia...:
Do debate entre pássaros e homens.
-Ó flores, flores, quão belas sois!
Colorem o mundo com teu perfume,
do profundo pântano ao mais alto cume!
De teu néctar fazem as abelhas o mel,
passam a vida olhando pro céu!
Ó rosas, cravos, margaridas!
Viva às plantas floridas!!
-Não te enganes, pássaro.
Abre-te os olhos da sabedoria.
Não percebes que é isso que ela queria?
Que achasses que fosse caridosa,
dando néctar e sendo formosa,
apenas para chamar atenção,
usando-te para polinização?
-Sei muito bem disto, homem.
Não penses que és mais inteligente
só porque se chama de "gente".
Sei que sou meio de polinização,
e isso me dá satisfação,
pois logo terei mais flores que me darão alimentação.
Mas vós, seres humanos,
sois uns seres insanos!
Utilizam seu oxigênio e sua comida,
mas não ligam para sua vida.
Lançam gases, poluição,
causam desmatamento, intoxicação.
E ainda assim se acham espertos?
Tomem cuidado: seu fim pode estar mais perto.
Estão em dívida com o meio ambiente.
E não esperem que a cobrança seja feita delicadamente.
E a vida continua.
Depois de terrorismo e mortes,
a vida continua.
Depois do paraíso e do inferno,
a vida continua.
Depois do sim e do não,
a vida continua.
Depois do sorriso e das lágrimas,
a vida continua.
É assim o instinto humano,
de sempre continuar,
de querer viver.
Ver apenas o próximo passo,
já que o anterior é imutável,
e o último, muito distante.
A vida continua.
Sempre
Depois de você,
a vida continua.
Imperfeição
Vida, ó vida!!
Como seria tediosa se fosse perfeita!!!
Não teríamos desafios,
não teríamos por o que lutar,
não teríamos porque viver.
Tudo já estaria pronto, perfeito.
Não saberíamos o que é a felicidade,
ou o amor ou a amizade,
assim como um cego não conhece a escuridão
ou um surdo o silêncio
por nunca terem tido nada diferente,
nenhuma cor, ou som.
Tudo para eles é silêncio e escuridão.
Para que viveríamos, estudaríamos, trabalharíamos,
se tudo é perfeito, não há o que se melhorar??
Não, não pense que eu não gostaria
que não houvessem guerras, desigualdades.
Mas quem disse que paz é perfeição?
Não que não faça parte, mas perfeição
é mais que paz, que igualdade.
É não ter o que fazer.
Mas, por um instante me pergunto:
É necessário que minha vida
seja tão caótica, imperfeita???
Sabes quantas lágrimas já cherei por ti?
Sabes quantos sonhos já tive junto a ti?
Sonhso onde tudo é belo,
onde estás ao meu lado.
Mas é só minha mente.
Vejo a verdade somente nos cristais
salubres que escorrem como cachoeiras.
Só nesses cristais vejo a verdade,
a solidão, a distância.
E o pior: esses cristais me vêm a qualquer hora,
enquanto os sonhos só sob o manto escuro da Lua.
As lágrimas me mostram a toda hora a verdade.
Não adianta fechar os olhos,
sinto-as escorrendo, lamentando,
em maior quantidade que o infindável
número de astros celestes.
Tu não sabes quantas lágrimas já chorei por ti.
Ó mente, confusa, delirante!!!
Nem palavras soltas se fixam...
Pedra, meu peito.
Fogo, a vida.
Água, a chuva.
Ar, o necessário, alguém.
Tenho que ter meu ar,
sempre o tive, sempre me tem.
Não me importa se mudo de sala,
ou de colégio, tenho que ter meu ar.
E isso, idiotice de quem não
sabe o que amar,
vai me matar.
Ó estúpido dos homens!!!
Como posso confundir
amizade com amor???
Como posso ser tão estúpido???
Não pode mulher alguma se tornar
mais próxima, amiga, que já tomas
a amizade por outra coisa???
Não sabes o que é a amizade,
nem o que é o amor.
Confundes tudo, idiota!!!
E o pior: fazes sofrer quem te quer bem!!!
Os poucos que são próximos
tu tens que afastá-los???
Ó, grande estúpido dos seres!!!
Porque fazes isso????
Procura a guerra,
e como desculpa usa a paz!!!
Que atrocidades comete,
quantas vidas tira
por disputas mesquinhas, egoístas???
Pessoas que só querem a si próprias,
não se importando com mais ninguém.
O nariz é seu horizonte.
Ó, estúpida das criações,
utiliza teu cérebro, ou melhor,
recorda-te de teus instintos!!!
Animais não são, assim eles não fazem.
Lembrem-se do instinto de sobrevivência!!
Queremos viver, não morrer!!!
Morte, só por necessidade:
mata a fome, aquece o corpo.
Chega disso!!!
Chega dessas guerras!!!
Que querem??? Morrer todos???
Então é melhor que morram mesmo.
Quanta idiotice!!
Ó coração de pedra,
serão necessárias lágrimas
para que tenhas sentimentos??
Não sabes que tuas quinas são pontiagudas,
machucam muito mais
que seu material pode suportar??
Percebo que parte começa a amolecer,
ao passo que outra parte esfarela, virá pó.
Tenho sentimentos, poucos, mas tenho.
Mas o pior é o meu sentimento de culpa,
por fazer outros sofrerem.
Não queria que ninguém sofresse.
Mais horrível ainda,
ou talvez apenas mais curioso,
é que meu peito, rocha,
gostando de sofrer,
acaba por sofrer junto,
iniciando assim,
algum sentimento por quem por mim sofre.
É, é a dor criando algo.
Ou será que não?
Será que lá no centro da rocha
há e sempre houve algo macio e quente
que bate, pulsa, sente?
Algo que esteja escondido
em meio às confusões de minha mente?
Meu coração é uma rocha.
Sim, uma rocha.
Há tempos não sinto nada.
Não sei nem se estou alegre ou triste.
Não sinto mais a euforia
por terminar de ler um livro
ou a satisfação de ter visto
a vida encenada de meu mestre.
Não amo, nem odeio ninguém.
Tudo passa-me como uma paisagem
daquele que, quase dormindo,
olha pela janela de um trem.
Não sinto medo,
pela guerra iminente,
ou raiva, fúria, ou dó,
daqueles que nela vão.
Não tenho mais sonhos!!
Sonhos, que tinha muitos,
e que eram-me tudo!
E o pior, nem pesadelos.
Nada.
Há tempos não choro.
Seja de alegria ou de tristeza.
Nem escrevo versos
como os de antigamente.
Quando não estou estudando,
nos longos períodos no colégio,
estou em casa, lendo, vendo TV, dormindo.
Sozinho.
De vez em quando
algo me tira desta neblina.
A descontração de jogar algum esporte,
o encontro de amigos fora da escola,
a poesia nas noites insones.
Mas são períodos muito curtos.
Quando será que isso começou?
Na queda do paraíso?
Não, acho que não,
ou não teria confundido
felicidade e amor.
Só quem não os tem há tempos
os confundiria.
Não, não sei quando isso começou,
nem seu quando será seu fim.
Sinto-me numa sala escura,
d'uma neblina muito densa,
e de paredes imateriais.
Perdi todos os sentidos,
ao mesmo tempo em que tenho todos extremamente aguçados.
O que será isso?
Não sou eu
nenhum poeta
ou romântico.
Não sou poeta porque não tenho ideologia,
nem romântico, pois musa não amo.
Sou apenas um observador,
alguém que admira e respeita o que é belo.
Para mim, o pôr-do-sol leva horas,
a lua fica dias no céu.
E mesmo assim,
o tempo é pouco para admirá-los.
A natureza, toda ela,
é objeto de minha admiração.
Admiro eu o pássaro a voar,
a árvore, com suas folhas a balançar.
E, por que não, as mulheres??
Sim, é claro que admiro-as.
Todas são-me belas, de seu modo.
Nem todas iguais, é claro,
umas mais, outras menos,
mas ainda assim, todas belas.
Algumas admiro eu os olhos.
Ah, os olhos, a eles sempre presto muita atenção.
Se são a porta da alma, me convidam a entrar.
Admiro também o resto da face.
Cabelos, nariz, boca, lábios...
Admiro-os todos, isolados e em conjunto.
Mas não é só a estética
que em chama a atenção.
Outras eu admiro pelo modo de viver,
modo de pensar, pela cultura que tens.
Admiro o que elas são.
Como muitos homens, eu admiro,
mas como poucos, eu SÓ admiro.
Talvez, por ter a vida comum,
não tenha a ideologia de um poeta.
Talvez, por não ter tido um grande amor,
não seja eu um romântico.
Sou apenas um observador.
Cartas de amor.
Não sei o que são
as cartas de amor.
Ninguém o sabe.
As que levam esse nome
não o merecem.
Cartas de amor não podem ser escritas,
apenas pronunciadas ou encenadas.
Não há verso que substitua
um olhar, um gesto, uma palavra dita na hora certa,
e isso me é um obstáculo.
Tão bons são os versos
para expressar o que sinto.
Sem eles não sou ninguém,
ou melhor, sou alguém cujos sentimentos
estão lacrados em seu interior.
Cartas de amor são-me difíceis de fazer.
Aprender como se expressar no mundo real,
longe de idéias e de uma folha de papel,
é um grande desafio.
Sorte a minha que eu adoro desafios.
Estou vivo.
Chove lá fora,
mas o calor abate meu peito.
Nem o vento frio,
que me causa arrepios,
ou as gotas d'água,
que umedecem minha roupa,
são capazes de esfriar-me.
Estou vivo.
Sinto tudo o que tenho a fazer,
e o tempo que já gastei sem nada acontecer.
Sinto necessidade de viver.
E cada dia mais me sinto vivo.
Através de amigos,
que te dão ajuda e animo,
através do trabalho,
que te dá o que fazer,
através do sonho,
que te dá o que buscar.
O vento frio
que me arrepia
e me esfria até os ossos
também me mostra a vida.
Estou vivo,
pronto para tudo.
O Vôo
Assim como nos sonhos de Shakespere,
meus sonhos se tornaram realidade.
Tudo o que eu já tinha imaginado
reproduziu-se com fidelidade.
Mãos que se tocam, carícias.
Lábios que se sentem, beijos.
Delírios e desequilíbrio, paixão.
Os sentidos só mentem.
Com que suavidade me lembro
de como me senti naquele momento.
Sua tez suave como o vento.
As asas do amor
finalmente me escolheram.
Me carregaram por milhas e milhas,
me mostraram o paraíso.
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A queda
Mas, como se descobrissem
que haviam feito má escolha,
me soltaram das alturas.
Volto para onde saí,
agora ferido da queda,
mas conhecedor de como é voar,
dos seus encantos e riscos.
Não me arrisco, porém,
a dizer que conheço o que é amar.
Talvez tenha sido loucura,
o ar rarefeito da altura.
Os ferimentos se fecham.
As lembranças ficam guardadas.
Amnésia, causada pela queda, talvez.
Mas, depois de conhecer o céu,
quem quer ficar na terra?
Espero voar em breve.
Uma luz
uma voz
primeira vez
paz!
Como escuto de criança
depois da tempestade
vem a bonança
que é você, meu bem.
Uma imagem
louca viagem
pouca coragem
miragem?
Será um sonho
ou será realidade
que finalmente acabou a tempestade
e os bons tempos começaram?
Os dois.
O sonho veio à vida.
Indescritível
Como é difícil escrever
sobre o que estás a ocorrer!
Como narrar a perfeição,
descrever o paraíso??
É preciso sentir a emoção,
ver o teu sorriso
para entender
porque estou feliz.
Felicidade é até pouco
para representar o que sinto.
Quando digo que estou louco,
eu não minto.
Pois sinto tudo e nada,
leveza e calmaria,
agitação e euforia,
um pouco de cada.
É indescritível
sentir tuas mãos,
tua pele,
teus lábios.
E é aí que mostra-se o sábio,
aproveita a ocasião,
vive o presente,
não tenta descrevê-lo
ou pensa na separação.
Mas sábio não sou,
e delirando ao teu lado vôo,
tocando a delicadeza,
observando tua beleza.
Tua mão é leve,
tua pele é linda,
teus lábios, doces.
Teus olhos são-me o céu,
profundos e infinitos.
Tua voz é um encanto,
tuas palavras, sempre as certas
nos momentos certos...
És meu caminho,
minha luz, meu destino.
Mais que isso.
És indescritível.
Como o puro néctar dos deuses
senti teus lábios, teu beijo.
O mundo desmoronou e se reformou em um instante,
instante que parecia durar horas e horas,
mas com um 'quero mais'
como se tivessem sido poucos segundos.
Foi incrível!! Puro, belo, apaixonado!!
Aquele instante será para sempre inesquecível!!
Olho-a, sentada em seu lugar,
as faces rosadas, devido ao frio.
Ela percebe meu olhar,
tímido, disfarço e rio.
Seus cabelos, ora soltos ora presos
chamam a minha atenção.
Brilhantes como o sol, doces como o mel,
não há comparação.
Seus lábios, seus dentes, sua boca,
louca tentação.
Sua pele, clara como o leite,
proporciona-me o maior deleite.
Seus olhos, o pôr-do-sol, belo horizonte
hipnotizam-me, fazem-me imaginar terras distantes,
onde estaríamos rolando pela grama como infantes
de cima a baixo de um verdeijante monte.
Seu rosto um todo
e todo que me atrai
e logo fico mudo
pois um suspiro quase me trai.
Mas é ela quem vem e me fala:
-Como faço esse exercício?
E isso serve-me de suplício,
não sou mais que amigo dela.
Soneto de Presente
Minha amiga,
bela e meiga,
hoje é seu aniversário,
15 anos desde o berçario!
Mas que presente
posso eu lhe dar?
Quero ser deferente,
vou te homenagear.
Uma poesia vou criar,
para meu sentimento
poder demonstrar.
Parabéns, este é seu momento!
Felicidade é o que posso desejar
e, é claro, saúde para ajudar!
À todos vocês
Venham, meus amigos, vamos juntos cantar.
Este ano passou voando, saltando, nadando, correndo.
Agora tudo acaba, e nas férias vamos morrendo,
enquanto passamos dias a lembrar
da diversão e da alegria deste lugar.
Esqueçam as aulas,
esqueçam o ar que não funcionava,
lembrem-se das histórias do Dante e de Tabá,
de um bom "Cala a boca, Vóris!",
"Que nojo" ou "Para de ser nerd!",
de uma perna quebrada, de uma espinha na cara,
das piadas infames.
Lembrem-se da nossa ultima aula de cada semana,
e da nossa ultima aula da ultima semana,
de amigos secretos, que de secretos não há nada,
somos todos amigos.
Esqueçam óptica, gramática, inglês,
lembrem-se dos companheiros de vocês.
Esqueçam as notas, lembrem-se das músicas,
do esportes e dos amigos.
Lembrem-se dos altos e baixos (dá-lhe Grande!),
pica-paus, costelinhas e porcos espinhos,
mineiros e são-bernardenses,
falantes e quietos, grandes belezas,
siamesas, casais, 4teto do mal,
fãs de Dragon Ball e Muppets Babys,
de morenas e loiras (em corpo ou mente),
de Alexandre, Voris, Gonzo e Jubileu
(Viva Los T-sudos!!)
e mais tanta gente...
Uma pena que minha memória
já está se misturando ao sono,
e me desculpem os que eu não citei
(mas é claro que não os esqueci).
Vou para a cama, dormir,
e espero ver todos nos meus sonhos,
para mais uma vez nos encontrarmos.
Viva 1C2!!!!
Sozinho, sem motivo.
Certo dia, num dia qualquer,
estava eu mais uma vez na floresta, a tocar.
Entoava melodias doces que aquietavam qualquer ser,
mas fui interrompido pela chegada de uma camponesa, a cantar.
Sua voz, canto divino dos pássaros do Olimpo, encantou-me,
mas logo esqueci sua voz, perdido tinha a audição.
Só tinha olhos, para vê-la, como ilusão,
não acreditava no que els mostravam-me.
A mais bela ninfa, tive a sorte de encontrar.
Como pura semidéia, chegaste a meu profundo lar.
O tempo passou, e eu ia sempre à floresta, não para tocar,
mas para ouvir aquele ser perfeito cantar.
Tão encantado fiquei que até os dias esqueci de contar.
E o tempo passou, só a ouvia e só a via,
de tão encantado, e, é claro, de tão envergonhado, nada dizia ou fazia.
Mas o tempo, carrasco insensível,
trouxe o pior dia, lamentável.
Uma notícia espalhou-se:
a doce ninfa não mais cantaria.
Todo o meu ser abalou-se,
pensei que nunca mais a veria.
Mas o tempo, torturador infindável,
trouxe o dia mais especial e inimaginável.
Uma festa aquela bela e pura semidéia iria dar.
Passou dias, indo à casa de todos, para os convidar.
Chamou-me, é claro, assim como todos da floresta.
Pensei, comigo, esta é a chance que me resta.
Mas, ao refletir, não tive coragem.
Como iria eu comportar-me frente a tamanha miragem?
Então, da única chance que tive de declarar o que sentí,
fugí, como um covarde.
A distância foi minha desculpa, disse não saber onde era o lugar.
Mas a distância que nos separava era apenas a distância que eu criara.
A distância do Sol à Lua, da mais alta montanha ao mais profundo mar.
A distância entre aquela ninfa e eu, mortal, me matara.
O vento e o galho.
O vento sopra, perene.
O galho treme.
O vento aumenta.
O galho balança e se aguenta.
O vento está muito forte.
O galho precisa de muita sorte.
O vento não descansa.
O galho não amansa.
O vento explode.
O galho balança, vibra, sacode,
mas resiste.
O vento diminui.
O galho usufrui.
O vento, num instante, para.
O galho, num instante, cai.
Morto.
Cidade de Fantasmas
Olhe a cidade em que vivo,
as cidades em que todos vivemos,
são todas cidades de fantasmas,
onde nascemos e morremos.
Cidades falsas, escuras
sombrias, enganadoras,
cheias de amarguras.
As pessoas aqui não vivem,
apenas nascem,
sofrem para sobreviver,
e morrem.
São fantasmas da civilização.
Apenas trabalham,
correm, passam,
não falam,
ao redor não olham.
Não olham a Lua,
e nem podem,
sumira na imagem obscura
da poluição.
Não olham para as árvores,
e nem podem,
viraram mármores,
mortas nas casas da população.
Não olham umas para as outras,
e nem podem,
não tem face nem tempo,
estão todos correndo,
sofrendo para sobreviver,
numa Cidade de Fantasmas.
Teus olhos
Teus olhos
lembram-me da natureza,
de tão amáveis.
De tamanha beleza
que são inimagináveis.
De tamanha tristeza
pois estão sozinhos, imóveis.
De tamanha pureza
que são intocáveis.
Tão distantes de mim
que, assim como a beleza,
assim como a tristeza,
assim como a pureza,
assim como a natureza,
são infindáveis.
Teus olhos são a vida,
que me disseram sim.
Teus olhos são o amor,
pois só o amor é assim,
beleza e tristeza,
pureza e natureza,
sem fim.
A chuva
Olhe!
A chuva.
O raio.
O trovão.
O aviso.
A beleza.
A lamentação.
A vida.
A luz.
A destruição.
A chuva.
O raio.
O trovão.
Há uma tempestade em meu coração.
Sabia que já sitiaste meu peito?
A doçura de tua voz
já estremeceu as bases
de meu peito.
Os raios de teus olhos
já aniquilaram as proteções
de meu peito.
As chaves de tua beleza
já abriram as portas
de meu peito.
Todos os aríetes de tua pessoa
já derrubaram todas as barreiras
de meu peito.
Então porque não dominas logo,
todo para ti,
este meu peito?
Uma outra dimensão.
Me desculpe, mas meu mundo
não é o mesmo que o seu.
Você sai, cute, fala, fica.
Mas esse mundo não é o meu.
Fico sempre sozinho comigo mesmo,
num lugar muito, muito fundo,
onde o que há é apenas você e eu.
Onde posso enfrentar dragões,
salvar a humanidade;
onde posso salvar belas donzelas
apenas para recusa-las
pois sei que terei, sempre,
você.
Onde é minha rainha,
e eu, seu rei.
Vivemos num mundo de paz e harmonia,
liberdade, amor e fantasia,
onde o belo se encontra com o bom.
Onde nem tempo nem espaço existem,
onde posso às estrelas cantar meu amor,
à lua vou e volto num segundo,
apenas para ver como sua beleza se sobressai
sobre o manto azul da terra.
Onde nada pode me impedir
de ficar ao seu lado.
Um mundo onde só existem você e eu.
Não estou pronto para escrever sobre a vida.
Não me sinto pronto.
Sou tão jovem, inexperiente,
sinto que não vivo a vida como deveria.
Não conheço a vida,
não conheço a morte.
Não conheço o amor,
não conheço o ódio.
Não conheço o tapa,
não conheço o beijo.
Não estou pronto para escrever sobre a vida.
Os versos não saem,
fogem de minha mente.
Não conheço a vda.
Não conheço nada.
Soneto da inocência
Olhe, a menina a balançar.
Seus cabelos ao vento,
que vão e vêm num momento,
sem nunca sair do lugar.
Brincadeira de criança,
vai e vem;
olha a balança,
meu bem.
Sua alva pele com o sol resplandece,
até as nuvens entram na brincadeira,
indo e vindo sob aquele que nos aquece.
Venha, puxe uma cadeira,
olha a pureza que se exerce
quando ainda se é uma criança matreira
Em momentos que sinto-me tão grande
passo por uma peneira como grão de areia.
Quando acho que posso mudar o mundo,
percebo que não deixo o mundo me mudar.
Quando tento trazer o amor a todos,
vejo que eu mesmo não conheço esse sentimento.
Quando tento abraçar o mundo,
percebo que meus braços não encontram matéria.
Quando tenho uma idéia que ajudaria a todos
esqueço-a ao achar que não seria possível.
Quando, ao mesmo tempo, sonho,
imponho-me limites e corto-me as asas.
Quando necessito de amigos
fujo deles, ou pior, não os procuro.
Quando mesmo ao lado do amor
não o pego junto a ti.
Quando, ao querer lembrar das alegrias,
acabo por chorar, ao ver o pequeno número.
Quando tento escrever do amor,
e, sem conhece-lo, falo apenas de dor e solidão.
Em momentos como esses que eu escrevo,
já que me assim me sinto melhor.
Por isso escrevo sempre.
Caem os pingos,
formam-se as poças,
molham-se as flores,
chove lá fora.
Chuva.
As vezes algo tão doce como o néctar,
trazendo água, molhando a terra, formando rios.
Já as vezes tão triste, escura, lenta, densa,
podendo trazer catástrofes, ou apenas estragar um dia de praia.
Dois aspectos tão diferentes para algo tão comum,
a chuva.
Soneto da falta de tema.
As palavras escapam,
os versos se desintegram,
as poesias não zarpam,
nem se integram.
Nada de novo na vida,
nenhum novo tema;
o mesmo nada,
a mesma pena.
Como num jogo de gato e rato
persigo as palavras;
quase me mato
para ordená-las,
mas esse é o fato:
não posso, assim como estou, escrevê-las.
Rubro fruto do peito.
Amor é como Sangue.
Possuidores do mesmo rubro tom,
dão a vida quando presentes,
mas tanto sua falta quanto seu mau uso
podem e vão trazer dor.
Ambos frutos d'um peito,
ambos controlados no mesmo local.
Ambos controlam a vida, a morte,
a dor, o sofrimento, o êxtase,
a tristeza, a perda, a alegria.
Ambos tão traiçoeiros
como apenas o rubro fruto d'um peito pode ser.
Porque?
Porque?
Me diga,
faça um favor,
porque?
Me ajude,
porque?
Perdido nos olhos seus
sob pesados véus,
me tornei réu,
preso sob
mesmo pretexto
que me leva
a escrever esse texto.
Você.
Porque?
Porque?
Vamos, responda,
porque?
Porque?
Só quero saber isso,
porque?
Sugou meu sangue,
arrebatou meu peito,
e agora dá as costas,
levando minha vida,
ignorando meu chamado,
ignorando minha presença.
Porque?
Porque disso tudo,
porque?
Só porque é bela,
rainha, princesa,
acha que o pode?
Sou eu o bobo de sua corte?
Pois pare com isso,
não aguento mais.
Isso é dor além da morte.
É dor que não apenas se sente,
é dor que se vive,
constantemente.
Leva!
Cade tu, doce ladra?
A quem meus sonhos são destinados,
os mais íntimos desejos decretados,
e de quem um simples beijo não é dado?
Porque me fazes sofrer?
Porque roubas a minha vida,
roubas minha essência, meu sangue,
mas não devolves um único beijo?
Beijo este que meus lábios querem dar e não conseguem,
mãos que com outras mãos querem se encontrar,
dedos que querem alguém para acariciar.
Se já tens tudo de mim,
porque não aceita esses presentes?
Leva tu minha boca, minhas mãos e meus dedos;
leva meu corpo, minha mente;
leva-me, já que minha vida já é tua.
Ó riacho doce que desagua em meu peito.
Cristalino, puro, quieto, tímido, sereno,
belo límpido, és tu quem me alimentas,
e essa pobre alma sustentas.
É por ti que loucuras tenho feito,
loucura minha que supera a lucidez de qualquer terreno.
Onde quer que eu vá,
no Brasil do sul ao norte,
espero que estejas lá,
para que eu não encontre a morte.
Queira a Fortuna que estejas sempre cá,
ao meu lado, sempre forte.
E as flores que ao teu leito brotam, que cheirosas são!
Nada poderia estragar tamanha beleza
comparável apenas a da natureza
e rara como esta, nesse chão.
Até as lamúrias e a aparente tristeza
que a chuva pode trazer
não consegue achar fraqueza
neste ser,
pois sabemos, a chuva é passageira,
chega, sorrateira, escurece,
relampeja, despeja, ligeira,
e logo desaparece
e acaba por inundá-la de luz.
Só não acabes pela chuva transbordando
quando ela vier muito forte;
acredita, tu terás sorte.
Após a tempestade,
chegará com certeza a bonança,
é só ter boa vontade
e esperança
que a tristeza se vai rapidamente.
Viu, ela já se foi.
Veja agora um nascer do dia,
um raiar do sol, claridade do céu,
cheio de brilho, ternura, alegria,
vistos em teus olhos de mel.
E o reflexo da lua,
quando se encontra em brilho total
iluminando palidamente a face tua
deixando-te sensacional.
E os peixes, veja então!
De todos os tamanhos e cores,
onde peixinho e tubarão
convivem em paz, sem dores.
E são tantas outras qualidades
que fazem parte desse paraíso
que num momento
surge em teu riso
que deixa-me impossível de o descrever.
Mas quantas maravilhas
esse riacho pode ter.
Ficar longe de ti
não sei como aguento;
mesmo um fim de semana
torna-se um tormento.
Não escutar tua voz,
não ver teus olhos,
não sentir tuas mãos.
Que sofrimento.
Preocupo-me se estás bem,
já que até a rosa
em poucos dias pode murchar
e até a lua
em poucos dias
pode se apagar.
Esqueço-me que nada,
nada pode te afetar.
O temível tempo
só pode tua beleza aumentar
pois não és apenas bela
como a rosa,
como a lua,
que o tempo desmancha,
mas sim como o Sol,
que está todo dia em seu lugar,
sem nada se importar.
Não só és bela,
mas carinhosa e delicada,
esperta e bem-educada,
não só desejada,
mas principalmente
admirada e amada.
Quem é ela?
Tão doce e tão bela
tão sorridente e tão sincera
tão pura no olhar?
É, é ela
aquela
cuja beleza,
não só de aparência
meu coração está a roubar?
De forte contraste:
Cabelos negros como a noite;
pele tão clara, como a Lua.
Mas ela é mais,
muito mais que a Lua,
muito maior é a beleza sua,
é imcomparável ao sol ou a qualquer astro,
já que é minha astro-rainha,
luz da vida.
E, se existem pesquisadores, observadores
que só nos astros prestam atenção,
terá de mim todos os amores
pois só para ela tenho visão.
Submarino
Vivo num submarino,
um periscópio é minha visão.
Vejo o que vem vindo,
mas não posso interferir, não.
Vejo um pássaro no céu,
livre a voar.
Vejo o cabelo cor de mel
da garota a passar.
Vejo o horizonte,
a tênue divisão.
Vejo o verde monte,
com árvores de montão.
Vejo a praia e a areia,
e as ondas do mar.
Vejo na praia uma sereia,
que acabou de me encantar.
Ó sereia,
não faças isso não.
Logo tenho de voltar
e cumprir minha missão.
Ó sereia,
pares de chorar.
Um dia ei de vir
novamente à teu mar.
Reset-geral
Voltei a sorrir
novamente
finalmente.
A solidão se esvai,
a tristeza embora vai,
a saudade se encolhe.
Mais uma guinada,
uma grande virada
na direção a seguir.
Novos amigos, companheiros,
um novo recomeçar.
Novos professores, diretores,
um novo resetar.
Após um período só,
voltei a sorrir,
novamente,
finalmente.
Sempre com a esperança
de um dia melhor,
de encontrar a felicidade,
de encontrar o amor.
Tudo novo!
Tudo diferente!
Uma nova esperança
desperta em meu coração.
Não é só fantasia,
nem imaginação.
É um recomeço,
uma nova chance.
Um reset-geral.
Pronto, acho que são só essas 4 (quatro? é, tem 4 poesias sobre as férias de julho, só que não sei porque as duas novas ficaram embaixo das antigas, e não encima, como é o normal... Olhe lá se você já as viu). Agora vamos começar com as poesias de quando eu já estava no band!! Ah, a ordem daqui em diante não está muito clara... Mas aí vai!
Certa vez,
lembrei-me de ti,
de teu rosto
-que mentira,
lembro-me dele todo dia.
Ah, teus olhos,
da cor do mar,
do céu,
de liberdade.
Como poderia esquecer
de alguém como ti?
Um anjo na Terra,
a Lua na Noite,
o Sol no Dia.
Como posso esquecer
das palavras por ti proferidas?
A primeira a apoiar-me,
a primeira a notar-me,
a primeira a dizer-me que sou especial.
Nunca vou te esquecer,
nem o quero.
Quero para todo o sempre me lembrar,
desta que és tão especial para mim.
Mesmo longe,
posso te ver,
tua imagem está clara em minha mente.
Mesmo longe,
posso sentir tuas delicadas mãos
segurando o papel e a pena.
Mesmo longe,
posso provar do salgado gosto
das tuas lágrimas de solidão.
Mesmo longe,
posso acariciar teus suaves cabelos
que voam com o vento.
Mesmo longe,
posso ver em teus belos olhos
reflexos de teus sentimentos.
Mesmo longe,
posso ouvir tua melodiosa voz
declamando o que escreves.
Mesmo longe,
a quilometros de distência,
posso soprar teus cabelos,
posso sentir teus sentimentos,
posso ver pelos teus olhos,
posso tocar com tuas mãos,
posso chorar tuas lágrimas.
Mesmo que não chores tu por solidão,
mesmo que não declames tu o que escreves,
mesmo que não escrevas tu à pena,
mesmo que não estejas tu ao vento,
mesmo que não sintas nada,
posso soprar teus cabelos,
posso sentir teus sentimentos,
posso ver pelos teus olhos,
posso tocar com tuas mãos,
posso chorar tuas lágrimas.
Teus versos estão ao meu lado,
teus sentimentos estão comigo,
mesmo que eu entenda tudo errado,
sempre estarás comigo.
Sempre estarei contigo,
já que também há versos meus ao teu lado.
Sempre estaremos juntos,
porque nos entendemos,
utilizamos uma mesma língua.
Utilizamos o coração para nos comunicar.
Mas, acima de tudo,
sempre estarás comigo,
mesmo que te impessam de escrever,
mesmo que rasguem teus versos,
mesmo que deletem tuas mensagens,
mesmo que me proibam de pensar,
sempre estarás ao meu lado,
porque não estás na minha mente,
estás em meu peito,
e ninguém conseguirá jamais
te retirar de lá.
É por isso que,
mesmo longe,
te adoro,
te amo.
Bela como um anjo
Lembro-me daquele momento,
que o céu acabara de criar,
então não me aguento,
começo a chorar.
Como estava bela a Lua,
rubra,
mas nem aos pés chegava
da beleza tua.
Teus olhos, celestiais,
brilhavam mais que luas,
mais que sóis.
Teu cabelo, dourado,
brilhava mais que o mais puro ouro lapidado.
Te chamei para ver a Lua,
mas eu mesmo
não a ví,
não pude me conter.
Só ví a tí, bela como um anjo.
Assim como ocorreu no céu
o fim da escuridão
para a beleza aparecer;
ocorreu em meu peito
o fim da solidão
para o amor nascer.
Na minha vida
era grande a solidão;
meus dias, só dor,
nenhuma paixão,
nenhum sabor.
Tudo sem emoção,
tudo sem cor.
Foi quando surgiste.
Quando tudo parecia perdido,
fiquei sabendo que o amor existe,
e de todas as lamúrias fiquei arrependido.
Acabaram-se a dor, a escuridão,
acendeu-se, lá no fim, um farol,
aqueles seus olhos celestiais pareciam-me um sol.
Dei um basta à solidão.
Quando tudo certo parecia,
foste embora,
só tua lembrança me restaria.
Meus olhos te procuram dia e noite
mas não te acham,
meu peito sofre com o açoite.
As horas passam,
mais profunda fica a morte
em meu coração.
Mas, que surpresa!!
Com uma mensagem
vejo-te tão perto de mim!
Nas palavras, pura delicadeza,
será que sofremos assim?
Da mesma dor,
do mesmo modo,
d'um mesmo amor??
Agora vamos iniciar uma nova fase de poesias, afinal mudar de colégio não é pouca coisa!! Daqui em diante só tenho um pequeno problema: são muitas poesias, e sem muita ordem.... Mas tudo bem, os 'fatos mais importantes' e respectivas poesias serão destacados... Mas antes das poesias do Band quero dar uma adiantada no tempo e falar de algo que aconteceu nas férias de julho do 1º ano, que foi conhecer alguém muito especial na viagem de Barra Bonita. Não, eu não fiquei com ela (ela já estava com alguém...), mas me marcou muito, pois ela pareceu me entender... E depois, por e-mail, trocamos poesias, e ela escreve maravilhosamente! Bem, acho que através das poesias vocês entenderão mais...
E com essa poesia acaba a sequência da 8ª série!!
Como a Lua
Peixe fora d'água.
Sob a luz do luar
d'um belo dia de sol
teus reflexos nas ondas do mar
me fisgaram como um anzol.
Um peixe em tua rede,
mas não um peixe normal.
Um peixe que tinha sede.
Eu,
um peixinho dourado
que tinha sede de liberdade
que tinha sede de amor
que buscava a felicidade
tive problema sanado
por ti.
Contra a corredeira
nadei até chegar
no simples lugar
onde ninguém está.
E só fiquei.
Sem fazer nada
paro e penso
penso em tudo
penso em ti,
Penso na vida
penso no amor
penso em ti.
Penso na natureza
penso em toda a beleza
penso em ti.
Penso que penso
penso que faço
penso que peço
penso em ti.
Penso que vivo
só penso
sem nada fazer
penso parado.
Nada faço
nada peço
não vivo
não admiro
não te tenho.
Só penso
só penso que penso
que amo;
não penso
que amas;
Não penso que pensas.
Só penso em mim
penso em ti
não penso em nós
só em ti.
Nada penso
nada faço
nada tenho
nada.
Penso que penso
penso
só penso
penso só
porque só penso.
Penso que faço
mas não faço.
Penso que peço
mas não peço.
Penso que tenho
mas só me afasto.
Penso em ti
mas tu és mais que pensamento,
és bela demais para a mente compor.
Tu és tudo.
Tu és vida.
Só, sem fazer nada
paro e penso
penso em tudo
penso na vida
penso em ti.
Ó vida e tempo,
no qual um momento
vale por eternidade
e os anos
voam com velocidade.
Ó vida e destino
sob a qual sou menino
criança com seu tutor
guia, mestre e instrutor
sofrendo as conseqüências
de todas as coincidências
que acontecem a torto e a direito.
Ó vida e liberdade,
viagem e saudade,
mas que falsidade,
se não podemos voar
ou abertamente nos expressar.
Não há liberdade,
o destino e o tempo nos aprisionam.
Não há vida.