Sobre mim

"Sou Bacharel em Ciências Moleculares, e Doutorando em Física. Jogador inveterado de RPG e video-game. Terceiro-mestre na arte de pentelhar, e build full int/cha."


-----sábado, dezembro 21, 2002 | 0


Escrevi esta sequência de poesias sobre a Lua de uma só vez, vendo o luar dessa quarta feira... a que segue foi a primeira que escrevi:

Sentado em minha poltrona
a janela, grandiosa,
me parece um portal.
A Lua, cheia, naquele céu perfeito,
sem nuvens ou poluição
(mesmo com tão poucas estrelas)
me encanta
numa visão paradisíaca.
Coros cantam aos meus ouvidos,
vozes pacíficas e tranqüilas,
falando-me do céu e da Terra.
Meu pensamento voa, longe,
voa como uma coruja,
ave noturna, silenciosa,
e vai até tua presença.
Não há como não pensar em ti
com tal Lua, tal noite, tal beleza,
em minha frente.
Sei que também a adoras
e também deves estar-na olhando agora.
Olhe!
No espelho de prata dos céus
pude ver o reflexo de teus olhos
brilhantes, lindos,
e me ví dentro deles,
sinal que pensavas em mim, sim.
Não te preocupes,
logo nos veremos novamente.
E eu sei que me ouviste,
pois acabo de ver seu sorriso
através de nosso disco luminoso.

-----sábado, dezembro 21, 2002 | 0


Compreendes-me mais que meu espelho
sabes mais o que penso que meus pais
Gosto mais de teus gostos que dos de meus amigos
Assemelho-te mais que assemelho meu irmão
Admiramos noite e Lua,
fantasia e encanto,
prosa e poesia
corpo e alma,
seriedades e brincadeiras.

Somos duas faces de mesmo corpo,
dois corpos de mesma mente,
duas mentes de mesmo coração.

-----sábado, dezembro 21, 2002 | 0


É graças à ti, Lua,
que me sinto feliz hoje.
Foi sob sua luz que achei a vida,
após por tantas vezes só encontrar a morte.
Renascí sob sua luz,
é com ela que achei meu caminho.
Escreverei.
Pesquisarei.
Amarei.
Com todas as minhas forças,
nada mais me importa.

-----sábado, dezembro 21, 2002 | 0


Lunático,
é sobre influência da Lua que vivo.
Quando cheia me traz mudanças,
agita-me da monotonia,
numa progressão crescente enquanto se enche.
Quando esvazia, devo acostumar-me
ao que trouxe, pois quando desaparecer
estou sozinho no mundo,
e devo sobreviver.
Mas sozinho fico só até voltar a crescer,
quando me preparará para a próxima mudança.

-----sábado, dezembro 21, 2002 | 0


Não sei que horas são,
perdi a noção do tempo.
O que me vêm à cabeça escrevo,
num êxtase de inspiração e Lua,
Amor e descoberta.
Sei quem sou, para onde vou,
e só me resta escrever, escrever,
nesse transe frenético imposto
pelo hipnótico pêndulo prata
que subiu aos céus.

-----sexta-feira, dezembro 20, 2002 | 0


O sono se apodera de mim,
nessa noite brilhante,
e me tráz memórias do que nunca viví.
Lembranças de um tempo em que era cavaleiro,
lutando de castelo em castelo pelo bem;
de quando fui uma águia,
e voava por florestas e montanhas despreocupado;
de quando forjei a Lua em minhas mãos,
guardando nela o ultimo olhar do meu amor.
Mas só durante o sono, em lembranças,
tenho isso novamente.
Não há mais reis bons cujo reino possa proteger.
Não há mais florestas, nem vôo pacífico para uma ave.
Não há mais sonhos, material com que trabalhava.

-----sexta-feira, dezembro 20, 2002 | 0


Música,
qual é a música das coisas?
Tudo tem sua música
o farfalhar das folhas ao vento da árvore,
o escorregar manso das águas d'um rio,
o piar, gralhar, miar, latir, falar
dos que piam, gralham, miam, latem, falam.
Mas, dentre todas as obras da natureza,
qual será a música da Lua?
E não se escuta resposta (Silêncio)

-----quinta-feira, dezembro 19, 2002 | 0


Domingo passado a Casa de Vairë me deixou emocionado... (se vc não sabe o q é deixe um comment, mas é tão pouca gente que lê isso que quem lê deve saber...) E com a Lua de ontem a noite, então... Acabou saindo o seguinte conto, meiguinho, mas bonitinho....

Era Natal, em certa casa.
A família se reencontrava, após vários anos. Os filhos, longe, trabalhando muito. A mãe, cuidava da filha pequena, sozinha. Mas conseguiram se reunir.
Durante a janta, conversavam sobre suas vidas:
-Sou administrador de uma grande empresa de comunicação e estou muito rico - disse um filho.
-Eu me formei advogado, já defendi diversas celebridades, e também já ganhei muito donheiro - disse o outro filho.
-Eu to estudando e uso o dinheiro da mamãe - disse a filhinha.
Após a janta, um dos filhos comentou:
-Estava bom, mas porque não deixou que eu trouxesse meu gourmet? Ele prepara pratos incríveis!
-Ou então poderia ter encomendado comida num buffet dos mais finos! - disse o outro filho.
-Estava ótimo mamãe! - terminou a filhinha, fazendo todos rirem.

Chegou a meia noite, todos rezaram, se abraçaram, e começaram a trocar presentes.
-Olhe mãe, te trouxe esse lindo vestido branco, para você brilhar em qualquer festa que você for! - disse um filho.
-E eu trouxe este colar de brilhantes para você ficar chic quando for comer em algum restourant caro! - disse o outro filho.
A filha, que não tinha nada, ficou quieta no seu canto. Logo depois foram todos para seus quartos, dormir.

Quando a mãe acorda no dia seguinte, os filhos já foram, deixando recados que precisavam voltar logo ao trabalho. Mas ela escuta um choro, e vai atrás da filha. Encontra-a na cama, com a janela aberta, e um corte no joelho.
-Nossa, filha, como você fez isso?!?!
-Bem, que tava querendo te dar um presente.... Você tinha recebido coisas para brilhar, mas nada brilha no escuro. De noite, então, tive uma idéia: subi na minha cama e no meu banquinho, e tentei pegar a Lua para te dar, para que em qualquer hora você estivesse sempre brilhando. Aí eu caí....
A mãe, chorando, abraça a filha fortemente.
-Não me importa o que seus irmãos me deram, foi somente o seu presente que me fez brilhar por dentro.

-----quinta-feira, dezembro 19, 2002 | 0


"Mundo mundo, vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não uma solução."
Não importa nosso nome, nossa nação,
somos todos iguais em nosa condição.
Pobres, na vida, na experiência, no conhecimento,
temos vida curta, fadada ao esquecimento.
Egoístas, elevamos nossa dor e esquecemos a de outrem,
ninguém está interessado ao perguntar 'Tudo bem?'.
Desperdiçamos nossa brevidade em busca de papel,
diploma, dinheiro, escritura, casamento,
tendo por fim apenas o testamento.
Que diferença há, ao nascer,
entre aqueles que pobres ou ricos vão ser?
O que dá a um o direito de bem comer
e a outros nem meio de sobreviver?
O que importa sua etnia, religião,
quando você estiver num caixão,
7 palmos abaixo do chão?
Se não é chamar-se Raimundo,
qual é a solução?

-----quinta-feira, dezembro 19, 2002 | 0


Chove.
Molha a folha,
a gota na calha
cai sobre a palha
fazendo um gorgulho
quase uma agulha
som de fagulha
SHHHHH.....

Olho a janela,
matilha de gotas
filhas das nuvens
ilham-me do mundo.
Falha a luz.
Pego uma malha,
uma lanterna à pilha
e saio pela trilha.

Velha conhecida,
ando por milhas.
Esfolo o joelho
na ponta d'um galho
que o vento chacoalha.
Mancando gargalho
d'uma disputa de coelhos
por uma espiga de milho.

Terminada a partilha
aprumo a orelha,
lembrando da cartilha,
e escuto uma talha.
Sigo o barulho
e lá meu pai trabalha.
- Foi o orvalho ? - pergunta.

Sorrio, e vejo que a tempestade já terminara.
Desligo a lanterna,
enxugo o rosto.

Como é gostoso andar na chuva!

-----quinta-feira, dezembro 19, 2002 | 0


                                             Sou

pura - MENTE                              
inconstante - MENTE                              
so - MENTE                              
solitaria - MENTE                              
timida - MENTE                              
louca - MENTE                              
apaixonada - MENTE                              
fisica - MENTE                              
(eu)                    

-mente torta em corpo torto-

-----quarta-feira, dezembro 18, 2002 | 0


Oh Lua, lua,
quando escreverei poema digno de tua beleza?
Flor prateada da noite,
abre tuas pétalas e despeja sobre o mundo
o doce pólen de sua luz.
Olho divino, vês a Terra toda,
adormecendo mensalmente quando tens
o vigoroso Sol para vigiar em teu lugar.
És a divindade que venero,
espírito que existe, beleza,
sobrevoando nossas cabeças
e iluminando os viajantes nas noites frias.
Serás meu eterno e maior amor,
sempre minha companheira que me abençoa
com o que tantos poetas já se inspiraram:
O mais perfeito espetáculo da natureza.

-----quarta-feira, dezembro 18, 2002 | 0


Escuto música clássica
como que fugindo do habitual
de pop-rocks nacionais no toca-cd,
e funks, pagodes, sertanejos (argh!) na TV.

Leio romances e fantasias
incorporando personagens mitológicos
num teatro apenas mental,
como que fugindo do habitual
de uma vida pacata e normal,
e de guerras, morte, miséria.

Fujo de tudos e de todos,
para um destino nada conhecido por mim:
Eu mesmo.
E em mim acho tudo aquilo de que fugi,
seja na dó, no desejo que não existisse,
na indagação de porque é assim, e não muda.
Pois, mesmo fugindo da vida,
vivo,
faço parte de um mundo,
que por meio de meus sentidos e mente
faz parte de mim.

Não quero mais fugir
pois cansei de correr em vão,
me encontrando sem me achar.
Quero me achar sem me encontrar,
sem fugir, em qualquer lugar,
quero entender só um pouco mais sobre mim.

-----quarta-feira, dezembro 18, 2002 | 0


A primeira flecha vai aos ares.
Trombetas soam, gritos, tumulto, correria,
cena em que até o grego Ares
por um momento hesitaria.

Os arcos são rápidos,
as espadas cintilantes,
os escudos, espelhos,
as armaduras, pano para limpar o sangue
do tapete rubro de corpos no chão.

Irmão contra irmão,
pai contra filho.
Povos inimigos, distantes,
mas sempre há um irmão, um pai, um filho envolvido.

Os generais, em roupas de gala e cadeiras estofadas,
tomam café e vêem as dançarinas da casa,
antes de chegarem a um acordo
(tradições não devem ser rompidas).

-----quarta-feira, dezembro 18, 2002 | 0


Não sei viver.
Não sei ser.
Não sei saber.
Vivo,
sou,
sei (ou não).
Só sei que nada saberei,
nem quando vier a hora
de virar comida aos fungos.
Viverei o suficiente?
Terei sido alguém?
Terá valido a pena?
Terei feito a diferença?
Ou terá sido tudo em vão,
mais um com desejos impossíveis,
sonhos pequenos, fracassos?
Terei sido apenas uma ameba
(nasce, cresce, come, divide, morre)?
Se que serve tudo, então?

Sim/Não

-----segunda-feira, dezembro 16, 2002 | 0


O que antes achava errado agora acho certo,
o que achava certo agora acho errado.
Mas continuo achando as mesmas coisas
                                          das mesmas coisas.

Não consigo mudar, não consigo mudar, não consigo.

Sou e não sou, tudo e nada,
romântico e racional, poemas e fórmulas,
                                          letras e números
Penso sempre a mesma coisa.
Minha poesia é sempre a mesma poesia,
                                          mesmas palavras,
minha vida é sempre a mesma.

Quero mudar, sei que preciso mudar.
Não consigo, não consigo, não consigo.

Cansei de ser o mesmo,
gostando de ser eu mesmo.

Sou como sou e sou feliz.
Sou como não sou e sou triste.
Não sou como sou e sou louco.

Sou nada
Sou vazio
Sou vácuo
Sou infinito
Sou tudo
Não sou

(Não há o tudo e o nada,
Apenas há)

-----segunda-feira, dezembro 16, 2002 | 0


1 - O Julgamento

Confesso-me.
Peço perdão.
Estou preso atrás de grades,
numa cela sem paredes.
Pego o que estiver a mão
para fazer barulho.
Sob juramento,
digo apenas a verdade.
Como testemunha, palavras, amigas,
me ajudam a tirar-me a culpa,
que sei que tenho,
sob pretexto de não saber o que faço.
E realmente não o sei.
O faço por instinto.

Minhas grades são horizontais,
impressas num caderno,
e você, leitor, é meu juiz.
Irá me absolver??
----------------------------

2 - A Confissão

Minha poesia não é minha,
é tudo roubado.
O lápis com que escrevo não é meu
(é de meu irmão).
O caderno no qual escrevo não é meu
(o dinheiro que o compro é de meus pais).
As palavras que escrevo não são minhas
(são de nossa língua portuguesa).
As figuras que uso não são minhas
(são de reais poetas).
As rimas que uso também não são minhas
(e já estão até desgastadas de tanto serem usadas).
Os sentimentos que me são assunto não são meus
(são de todos, todos os têm).
As imagens que descrevo não são minhas
(são cenas de filmes ou da vida).

A musa a quem escrevo não é minha
(ela não me quis).

--------------------------------

3 - O Veredito

-Após a análise dos fatos,
juntando palavras e cacos,
chegou-se a um veredito,
que agora será lido.

O réu foi considerado culpado
pelo crime de ser diferente do esperado
por tentar ser bom e romântico
distoando assim do usual cântico.

Sua pena será não mais falar,
utilizará apenas o papel para se expressar,
já que foi isso que ele quis.
Além disso, perderás o direito de ser feliz.

----------------------------------

4 -

E assim foi meu julgamento encerrado,
condenado a ser sempre mal-amado.
O mais estranho é que a pena veio antes de o crime ocorrer,
antes mesmo de eu nascer.

Agora sabes porque escrevo,
escrevo simplesmente porque o devo,
este é meu eterno castigo,
lápis e papel estarão para sempre comigo.

Ainda atrelado ao julgamento
o que escrevo nunca invento,
é sempre verdade, óbvia ou disfarçada,
quem me conhece não tem dificuldade em desvendá-la.

Se me chamam de poeta
não sabem quanto a poesia de um deles é mais bela.
Se escrevo, é por obrigação,
não tenho outra opção.
Pelo beletrismo não tenho ambição.

-----segunda-feira, dezembro 16, 2002 | 0


Além de poesias vou colocar hoje um link pro blog de um amigo, tem um texto muito bom, começa lá no penultimo post, chamado "Baile de máscaras" e termina mais em cima com "Shall We Dance".
In Limbo

É também um dos blogs mais bonitos e bem-feitos que eu já ví, podendo ser comparado a poucos outros. (o "Me" na lateral é um menu, para quem não percebeu)

-----domingo, dezembro 15, 2002 | 0


Não posso mais escrever
belos poemas apaixonados,
mesmo estando apaixonado.
Falta-me algo.
Não é a paixão,
pois gosto muito daquela que me é musa.
Não são palavras,
pois é muito grande o que sinto,
e é perfeita aquela a quem escrevo,
um dicionário só de qualidades não me bastaria.
Falta-me é a inspiração
para que saia belo o poema,
e não sombrio e triste.
Falta-me você.

-----domingo, dezembro 15, 2002 | 0


O sol já se pôs.
A Lua, cheia, já saiu aos céus.
E só me resta admirá-la,
com os olhos lacrimejantes de um poeta.
E só o que posso fazer,
observá-la de longe,
poeta, sonhador.
Atravessa o céu,
enquanto crio esperanças
de um dia alcançá-la,
astronauta, poeta, sonhador.
Mas perco-me em teorias e especulações,
quando vejo, o Sol já nasceu.
Tolo.
Astronauta, poeta, sonhador.

-----sábado, dezembro 14, 2002 | 0


É uma árvore
em uma ilha
de um oceano qualquer.

É uma semente
levada pelo vento
de uma outra árvore qualquer.

É uma vida
num límpido deserto
para qualquer um que não saiba nadar.

É a minha vida,
solitária,
numa existência qualquer.

Não sou um qualquer.
Sou único.
Mas vivo sozinho numa ilha qualquer.

-----sexta-feira, dezembro 13, 2002 | 0


Confissões

Não sei mais o que fazer da vida.
Não sei se rio ou se choro,
se me alegro ou entristeço,
só fico num estado letárgico,
sem nada fazer.

Infinidades de assuntos
correm em minha cabeça,
nenhum é insignificante,
nenhum é mais importante,
mas são tantos que não fixo pensamento em nenhum.
Então é como se não os tivesse,
não fosse a eterna sensação
que esqueci, que deixei de fazer algo.

E nem tenho eu motivos para a tristeza,
enquanto que para a alegria tenho tantos,
mas algo me falta,
justo o que mais quero,
que faz tudo o que tenho perder o significado.
Mas, mesmo assim, não consigo arriscar tudo
na incerteza do resultado.

Sonho eu demais??
É muito querer ser feliz,
fazer o que se gosta?
Se não posso ser herói,
cavaleiro dos moinhos de vento
-cabeças de vento-
porque preciso ser qualquer um,
perdido na multidão?

As montanhas, ao fundo de minha visão,
dão-me abrigo em seus campos verdes,
até que percebo o fino vidro
que me separa delas.

Seria eu um pássaro,
se pudesse escolher.
Mas será que teria a noção
da liberdade que teria?
Não, pois nunca a perderia.

Escrevo, como forma de confissão.
Desabafo, sonho, declaração.
E, depois de escrever,
volto à letargia de minha vida.

-----sexta-feira, dezembro 13, 2002 | 0


Pois dizes-me que estou quieto!
Se quieto estou na fala
é porque em polvorosa está meu peito!!
São teus olhos que me emocionam,
tua boca que me chama,
tua voz que me nega.
É amizade, admiração,
e muito mais, paixão,
e medo, medo de perder.
Como se raios e orquestras
motores e florestas
se fundissem num só som
tão ininteligível que
o que me escapa pela fala
é apenas o silêncio.

-----sexta-feira, dezembro 13, 2002 | 0


Ando pelo jardim e vejo flores,
brancas, vermelhas, rosas
e de tantas outras cores.
Vejo também altas árvores, frondosas,
com verdes puras folhas,
que no fim do dia
uma suave chuva molha
numa gostosa e sonora melodia.

Refresca meus ânimos,
acalma minha sede.
Mostrando-me a vida,
distrai-me da vida.

-----terça-feira, dezembro 10, 2002 | 0


Mais uma mais antiga, mas do mesmo assunto....

Cidade de Fantasmas

Olhe a cidade em que vivo,
as cidades em que todos vivemos,
são todas cidades de fantasmas,
onde nascemos e morremos.

Cidades falsas, escuras
sombrias, enganadoras,
cheias de amarguras.

As pessoas aqui não vivem,
apenas nascem,
sofrem para sobreviver,
e morrem.

São fantasmas da civilização.

Apenas trabalham,
correm, passam,
não falam,
ao redor não olham.

Não olham a Lua,
e nem podem,
sumira na imagem obscura
da poluição.

Não olham para as árvores,
e nem podem,
viraram mármores,
mortas nas casas da população.

Não olham umas para as outras,
e nem podem,
não tem face nem tempo,
estão todos correndo,
sofrendo para sobreviver,
numa Cidade de Fantasmas.

-----terça-feira, dezembro 10, 2002 | 0


Essa poesia já é mais velha, já foi publicada aqui, mas se encaixa bem entre as últimas, além de ser uma das que eu mais gosto...

O fim do mundo

Que mundo é este,
o qual considero como meu?
Entre o Norte, Sul, Leste e Oeste,
e que tu também achas que és teu?

Onde tudo é confuso,
de estranhos modos;
onde um parafuso
falta em todos?

Onde um pedaço de papel
pode mandar,
comprar o céu,
e escravizar
pessoas que só querem
ter um lar
e se alimentar?

Onde o tempo
não é mais infinito;
ter relógio
é bonito;
e temos de correr
para tudo fazer?

Onde o dito ser mais inteligente
mata e destrói
gente como agente,
sem motivo,
só para que a dor aumente?

Onde as pessoas
são vistas pelo que têm;
e que quanto mais coisas
menos intimidades se vêem?

Onde o convívio social
foi trocado por caixas
com imagens de efeito moral
substituindo as conversas informais
entre amigos reais,
que quase não existem mais?

Onde o homem
perde lugar para suas invenções,
enquanto outros moram
fora de suas construções?

Onde o amor sumiu?
Onde o sabor do beijo desapareceu?
Onde a ordem é ficar,
pelo MOMENTÂNEO bem estar?

Onde o gostar
tem mais a ver
com o desejar,
o ter
e o estar;
do que com
o amar,
o ser,
o admirar
e o bem querer?

Que mundo é este?

-----terça-feira, dezembro 10, 2002 | 0


Estúpido dos seres,
o único capaz de criar,
o único capaz de deixar a cria escapar.
Era criador, agora é escravo
de máquinas modernas
que mesmo sem razão
conseguem dominar
a vida de seus criadores
que já até esqueceram
como viver sem elas.

-----terça-feira, dezembro 10, 2002 | 0


Mesmo em um admirável mundo novo,
de tecnologias incríveis e inimagináveis,
somos apenas passarinhos num ovo,
brincando de telefone de lata com outras aves.
Nossas máquinas nos libertam
e são nossas cascas, metálicas,
que com velocidade contam,
e nos contam histórias fantásticas
para dormirmos quietinhos,
dentro desse ovo, quentinhos,
e nos esquecermos de sairmos,
brincarmos, quem sabe até voarmos.

-----terça-feira, dezembro 10, 2002 | 0


Ó vida moderna,
de vícios confortáveis
e confortos viciantes,
suas máquinas nos enlouquecem,
fazem-nos passar dias de lazer
trancados em nossas casas
criando calos nos dedos.
Atrai-nos, moradores do mundo,
e nos afasta de nossos vizinhos.
Adoece músculos e engana a mente
dando informação demais e demenos
sobre o que acontece.
Entereças-te saber a cotação
da moeda nova do Longiquistão?
Não te tornes uma máquina,
VIVE!!

-----terça-feira, dezembro 10, 2002 | 0


Estou tendo problemas com esse site, então quem quer que ainda visite-o poderia deixar no "sua opinião" se está vendo a lista de mensagens antigas do lado esquerdo da tela??

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


hum, ultimo dia de aula amanhã... com quantas pessoas deixarei de ter contato, quantas verei apenas vez ou outra....
ainda mais se for mesmo pra campinas....
são os amigos que mais me prendem aqui....

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Ó ciência, me explique,
quem sou eu??

A física me diz como minha matéria é feita,
assim como minhas relações com o exterior.
Sou um amontoado de átomos??

A química me diz que substâncias me fazem,
e quais delas reagem para me construir.
Sou um amontoado de substâncias?

A biologia me diz o que acontece com minhas células,
e seu relacionamento para me dar um metabolismo.
Sou um amontoado de células?

Todas me explicam de que sou feito,
mas nenhuma explica quem sou.
Sou um amontoado de idéias??

Quem sou?

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Lâmpada

Corro, corro, mas não tenho medo
num caminho que é minha vida.
Avanço e retrocedo
num labirinto sem saída.

Dou voltas e não saio do lugar,
giro, giro, contra as adversidades,
mesmo sem ter finalidade
ou lugar para chegar.

Para brilhar e aparecer,
uso minhas forças sem saber,
e, sem querer, gasto minha energia
fazendo coisas que nunca faria.

Porém, deste ciclo, infelicidade,
não posso me retirar;
quando vejo a liberdade
sou obrigado a desviar ou a parar.

E se, alguma vez, no destino sem sentido,
um atalho aparecer,
PUFF.
Curto-circuito.

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Achei bem legal o fundo desse comments... :)

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


É isso que nos faz
querer ter compania,
alguém que não fica para trás
na tristeza ou na alegria.

É isso que nos une,
com a qual choramos juntos,
e também rimos juntos,
piadas são nosso costume.


É por isso que temos
entre nós confiança
para contar segredos
e nos dar conselhos e esperança.


É por isso que brincamos,
compensando as dificuldades
que, juntos, enfrentamos.
É isso a amizade.

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Somente a noite eu posso
com a presença das estrelas e da Lua
desviar meus pensamentos de ti.
Durante o dia eles te seguem,
o os olhos aceitam as ordens
para admirar-te insistentemente.
Teus olhos, tuas mãos, tua boca, ah, tua boca!!
Quem me dera fosse minha tua boca.
E, enquanto olho-te, escuto-te,
tua voz e tua risada são gloriosas,
como o som espumante e doce de uma pequena queda d'água.
E tuas palavras, que palavras pronuncia,
mostras que além de beleza tem sabedoria.

E, durante a madrugada
são meus sonhos que te procuram,
e te vejo, voando, pássaro lindo dos céus,
e, com meu canto, chamo-te a atenção,
me levando contigo aos ares de loucura e prazer,
só de estar contigo, em teus braços.


Só mesmo as estrelas e a Lua,
num breve período entre dia e sono,
que me afastam os pensamentos de ti,
só para serem poe elas levados
numa pura e suave busca poética
pela maior beleza já existente.
E volto a pensar em ti.

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Tenho confiança que um dia
um dia terei a alegria
de estar em teus braços
preso em teus laços.

Ainda serei corajoso,
e o destino me será bondoso,
uma chance me dará,
e, se não der, criar-la-ei eu mesmo,
não mais esperarei a esmo,
um milagre não ocorrerá.


E, calorosamente, beijar-te-ei,
num luxo digno de rei,
e tu, minha rainha,
será para sempre amada minha!!

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Choro. Choro versos.
Pois lágrimas já não tenho.
Nada que faço dá certo.
Ninguém parece me amar.

Que puxa....


Não vejo motivos
à morte ou à vida,
são-me os mesmos.


Ninguém me odeia, nem me ama.
Substância neutra, transparente.
Não sou o melhor nem o pior.
Não sei nada a mais,
não faço nada demais.


Sigo vivendo como se escorregando no gelo.


Estou errado por não ter inimigos??
Em ser poeta e romântico?
Em ser tímido e só tentar fazer o bem?
Ninguém lerá meus versos,
nem perceberá se eu sumir.


Canto, sem encanto.
Falo, sem assunto.
Escrevo, sem estilo.


Não sou ninguém.

-----segunda-feira, dezembro 09, 2002 | 0


Vou voltar a postar aqui... deu vontade....

(as poesias são desse ano, mas não mto novas...)