-----segunda-feira, março 17, 2003 | 0
Inveja-me com teu vôo,
nobre pássaro no céu;
mostra tua liberdade
frente a minha prisão.
Pois saibas que posso voar também
(preso entre metais
e pagando um bom preço).
Pois saibas que posso destruir teu mundo
(como se isso causasse alguma inveja ao pássaro).
Não.
Esqueças o que to disse.
Não me importam armas supremas
ou máquinas fantásticas.
Não voarei como ti, é verdade,
mas vôo sim, todo dia,
com meu pensamento.
Por toda a vida invejarei teu dom,
poder ver o mundo do alto
e sentir o vento fresco no rosto,
mas não sofrerei por isso.
Sempre que observar um pássaro
estarei voando em suas costas,
como numa montanha-russa sem trilhos,
como um espírito da natureza,
como uma lufada de vento.
Deus não me deu asas,
me deu muito mais.
Me deu a chance de sonhar com elas e tudo mais.
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