-----domingo, janeiro 19, 2003 | 0
Um mês.
Um mês depois sento-me novamente
sob a luz da Lua cheia, em minha janela.
(olhe, um homem vem pela rua)
Idéias não me vêm!!
A lua é a mesma, pura e bela,
indiferente nas alturas.
Eu, porém, não sou mais a mesma pessoa.
Estava apaixonado, e agora, desiludido.
A lua era minha donzela
mas agora é a senhora de meus castigos,
lembrando-me dolorosamente da minha solidão.
Sozinho, olho-te no céu aberto e claro,
com algumas estrelas.
Só. Devo ser o único que olho-te, ainda,
como poetas olhavam no passado.
(não, ela também olha. não sou o único)
Sua luz, clara, que antes me era guia,
agora só me revela a palidez de minha não-vida.
Eu, eu queria tentar, queria mesmo.
Mas não sei se ainda consigo.
Não há como prosseguir ou retornar.
Não há como esquecer o que se passou,
agora que descobri não ser único.
Não irei esquece-la nunca.
Não há retorno,
mas também não há caminho.
Todas as portas foram fechadas
e, comigo, só sobrou o único direito
que todos tem, ir para onde todos vão.
Um dia....
Ah, essa janela, essa visão me mostra tanto...
as montanhas, nebulosas, ao fundo,
o movimento de carros na rua,
(que fazem tão tarde ??)
as árvores no jardim,
o céu, claro como a morte.
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