-----quinta-feira, janeiro 23, 2003 | 0
Sou uma sombra.
Discreto, vazio, ignorado.
Ninguém não gosta de uma sombra.
Ninguém gosta de uma sombra.
Alguns, em dias de Sol,
até chegam a me procurar,
por pouco tempo.
Mas logo volto ao esquecimento.
Meu lugar é sob as pessoas,
pisado, esquecido.
Passo, e ninguém percebe,
ou, como num eclipse
(que é a sombra da Lua)
percebem-me mas logo desapareço,
novamente ignorado.
Ninguém odeia uma sombra.
Ninguém ama uma sombra.
Sou a ausência,
a falta de tudo.
Quero apenas retornar ao céu noturno,
que é a grande sombra.
(nem desaparecer eu posso,
pois, se nada sou, já não apareço)
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